quarta-feira, 29 de abril de 2009

quero, quero, quero...



há coisas que sei que quero, não preciso de ver, nem de ouvir
just because it´s a nice girl singing beautiful songs

terça-feira, 28 de abril de 2009

a short love story


A SHORT LOVE STORY IN STOP MOTION from Carlos Lascano on Vimeo.


A Short Love Story é um fantástico trabalho de animação de Carlos Lascano com banda sonora de Sigur Rós.

Para espreitar mais detalhes do making of no site de Carlos Lascano.
blue vs red
faz frio,

ainda é dia lá fora, pela janela vejo a casa da música, penso no meteorito que é, no chão torto que ficou,

chão que agora dá lugar aos skaters de todas as idades a aventurarem-se pelas suas ondas,

eu gosto, gosto de observar da janela a pequena aresta que os prédios me deixam ver, as luzes que mudam de cor, as gaivotas a voar,

é nestas alturas que aqui sozinha vagueio pelo meu mundo, ao som de uma banda sonora às vezes escolhida aleatoriamente, outras escolhida com cuidado e atenção.

vejo-nos sorrir no pedaço de papel que está por detrás do vidro pousado no parapeito da janela, o céu era azul como o nosso mas era outro céu, era longe, num país distante, onde vivemos maravilhas,

a música faz-me dançar,

os meus dedos teclam ao som da guitarra, criando um movimento ritmado, delicado,

faz frio,

o desejo de regressar aumenta à medida que passeio pelas ruas estreitas que conheço tão bem,

aumenta assim que me desvio do elétrico a passar, eléctrico esse que me viu nascer, que me levou para casa dos amigos, que me acompanhou em tantas voltas e reviravoltas,

consigo cheirar as ruas, as lojas, os cafés,

faz frio,

olho e estou aqui, contraio os músculos do corpo, aguento a dor, fecho os olhos e deixo que a música me aconchegue,

já está quase, não tarda aninho-me aí e ganho forças para recomeçar.

porque ainda não entendi bem...

domingo, 26 de abril de 2009

acabei hoje o terceiro volume de Chninkel

Chninkel é a história de um pequeno escravo chninkel, de seu nome J'on, que recebe do deus U´n - O Senhor Criador dos Mundos- "o grande poder".

a sua missão é pôr fim à sangrenta guerra que três Senhores imortais vêm mantendo há já muito, muito tempo, devolvendo a paz ao mundo.

ao longo da aventura J´on é acompanhado por G'wel, uma fêmea chninkel, e um tawali chamado Bom Bom.

wolverine

enigmático e charmoso esta personagem chama a atenção a qualquer um.

conheci-o nos X-Men, ao lado do professor Charles Xavier e restante grupo.

mais tarde, através do loot, comecei a admirar esta personagem, e é impossível não não nos fascinarmos pelo seu jeito animal.

o seu passado era desconhecido até chegar ORIGEM, onde se conta a origem de wolverine.

li tudo com atenção e ainda hoje guardo na memória a história do pequeno Logan.

agora, esta semana sai o filme.
penso ser difícil maravilhar-me como quando li a história mas, estou com curiosidade de ir ver.


menos de um mês e espero revisitar esta cidade:
Berlin!

sábado, 25 de abril de 2009

porque o dia está quase a acabar, mas é sempre tempo de gritar

25 de Abril SEMPRE

fascismo nunca mais

As Portas Que Abril Abriu

Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.

(…)

Era uma vez um país
onde o pão era contado
onde quem tinha a raiz
tinha o fruto arrecadado
onde quem tinha o dinheiro
tinha o operário algemado
onde suava o ceifeiro
que dormia com o gado
onde tossia o mineiro
em Aljustrel ajustado
onde morria primeiro
quem nascia desgraçado.

(…)

Ali nas vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
vivia um povo tão pobre
que partia para a guerra
para encher quem estava podre
de comer a sua terra.

(…)

Ora passou-se porém
que dentro de um povo escravo
alguém que lhe queria bem
um dia plantou um cravo.


Era a semente da esperança
feita de força e vontade
era ainda uma criança
mas já era a liberdade.

Era já uma promessa
era a força da razão
do coração à cabeça
da cabeça ao coração.
Quem o fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.

(…)

Posta a semente do cravo
começou a floração
do capitão ao soldado
do soldado ao capitão.

(…)

Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.

Disse a primeira palavra
na madrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena.

E então por vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
desceram homens sem medo
marujos soldados "páras"
que não queriam o degredo
de um povo que se separa.
E chegaram à cidade
onde os monstros se acoitavam
era a hora da verdade
para as hienas que mandavam
a hora da claridade
para os sóis que despontavam
e a hora da vontade
para os homens que lutavam.

Em idas vindas esperas
encontros esquinas e praças
não se pouparam as feras
arrancaram-se as mordaças
e o povo saiu à rua
com sete pedras na mão
e uma pedra de lua
no lugar do coração.

Dizia soldado amigo
meu camarada e irmão
este povo está contigo
nascemos do mesmo chão
trazemos a mesma chama
temos a mesma razão
dormimos na mesma cama
comendo do mesmo pão.
Camarada e meu amigo
soldadinho ou capitão
este povo está contigo
a malta dá-te razão.

Foi esta força sem tiros
de antes quebrar que torcer
esta ausência de suspiros
esta fúria de viver
este mar de vozes livres
sempre a crescer a crescer
que das espingardas fez livros
para aprendermos a ler
que dos canhões fez enxadas
para lavrarmos a terra
e das balas disparadas
apenas o fim da guerra.


Foi esta força viril
de antes quebrar que torcer
que em vinte e cinco de Abril
fez Portugal renascer.

E em Lisboa capital
dos novos mestres de Aviz
o povo de Portugal
deu o poder a quem quis.

Mesmo que tenha passado
às vezes por mãos estranhas
o poder que ali foi dado
saiu das nossas entranhas.
Saiu das vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
onde um povo se curvava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.

E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe.
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu.

(…)

Agora que já floriu
a esperança na nossa terra
as portas que Abril abriu
nunca mais ninguém as cerra.


Lisboa, Julho-Agosto de 1975, JOSÉ CARLOS ARY DOS SANTOS
As Portas que Abril Abriu. Lisboa: Comunicação, 1975.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

celebrar o 25 a 23

no fim perguntaram-me, por que razão celebrar o 25 a 23. só conseguia pensar, porque o 25 deve ser celebrado e vivido todos os dias!

quanto à peça, foi uma sensação muito boa, apesar das falhas, do não saber bem para onde olhar e o que sentir, apesar das gralhas de texto, foi muito bom!

toda a obra contada e encenada teve um peso muito próprio de Abril, as palavras valiam por elas próprias, nós fomos meros veículos de mensagem.

ter escritores a assistir, profissionais da educação e futuros professores, apesar de não ser o S.Luís, foi imponente. eram mais de 50...

eu gostei, senti-me bem em encarnar aquelas palavras fortes que carregam tanta emoção.

amanhã há mais.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

enviaste,

mal sabias que a ouvi muitas vezes, desde que fiz pela última vez os 300ks que nos separam,

enviaste, e eu ouvi, com atenção, como se fosse a primeira vez




entrei no teu jogo, como um louco...
interesse (s. m.)

1. Proveito, utilidade, conveniência, vantagem.
2. Lucro.
3. Juros.
4. Parte dos lucros que toca a cada sócio.
5. Atenção.
6. Importância, valor.
7. Desejo de ganhos.
8. Cobiça.
9. Empenho.
10. Desejo veemente.

o quanto começo a não gostar desta palavra...

terça-feira, 21 de abril de 2009

depois de um dia em cheio, depois de tentar orientar o trabalho da melhor forma com as crianças, depois de rir e de conversar, foi o grupo de teatro.

depois do ensaio do grupo de teatro, do ensaio geral do grupo de teatro, depois de muito rir, de muito ler, de muito concentrar, o conduzir para casa.

depois de dar boleia, o conduzir para casa e atravessar a ponte, ver o Porto na outra margem, cada vez mais perto.

cada vez mais perto tornou-se o chão que pisava, percorrer com nitidez as ruas do Porto, e os pensamentos perdem-se na luz da noite envolvente.

os pensamentos trazem-me até a uma cadeira, os dedos teclam suavemente estas palavras:

o dia chegou ao fim, silêncio, a noite desceu.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

wrong

wrong?

definitely not!



faltam menos de 3 meses!

away with the fairies

It's an Irish/Scots expression. In Gaelic folkloretradition there are numerous stories of humans who went off with, or visited the homes of, the Sidhe, the "fairies" of Gaelic tradition. These people would stay with the fairies for what seemed like only a few hours, but when they returned to the everyday world they would find that many years had passed.